UMA PESQUISA ACADÊMICA?

Por Renato De La Vecchia
Estou bastante admirado com a repercussão que está tendo esse debate (acho que liberamos uma "energia" muito forte). Ainda bem. Não estou em casa nesse momento, mas terça feira pretendo mandar a todos a relação que tenho de contatos com ex militantes (tanto os que tenho endereços quando os que não tenho) para que todos possam opinar e colocar outros nomes como já vem ocorrendo. Existe muitos nomes de outros períodos ou até mesmo que não tem nada a ver com esse debate (Cacau na Católica, Tramontin na Federal) mas que para meu trabalho eu vou precisar contatar. No entanto podemos acrescentar outros nomes daquela lista.
Existe uma possibilidade que eu acho que poderia ser algo bastante interessante. A partir da última Semana Acadêmica do DA do Direito da UCPEL, uma das palestrantes era uma prof. da PUC (não lembro o nome) que pertence aquela Comissão Nacional que está revisando os casos de anistia política e estabelecendo os valores que estão sendo indenizados aos perseguidos pela ditadura. Ela se comprometeu a tentar articular uma das reuniões da Comissão em Pelotas em março de 2009 (a comissão está se reunindo de forma itinerante em vários municípios e estados). Conversando com o Enrique Padrós (coordenador do curso de história da UFRGS e que fez seu trabalho de doutorado sobre a Operação Condor), ele me comentou que estava indo a Brasília, pois existia um projeto de mapeamento de locais/monumentos importantes ou simbólicos na luta contra a ditadura.
Talvez se articulássemos um reencontro com uma sessão da comissão e fizéssemos a reconstrução da atividade do Direito (de preferência com os mesmos personagens) acho que poderíamos fazer um movimento com um impacto importante e marcar a praça do Direito como espaço de resistência à ditadura, e não apenas com os símbolos do positivismo e do autoritarismo que lá estão (me desculpem os advogados).
Também insisto na idéia de cada um de nós elaborar um pequeno texto falando sobre um fato significativo do período para publicarmos. Existem muitos, principalmente engraçados, que dentro de alguns anos irão se perder no tempo. O Medina tinha me falado a algum tempo atrás de uma pessoa (não quis me dizer o nome) que foi fazer uma pichação contra a reitoria e escreveu "fora reitor comunista" e que tiveram um certo trabalho para explicar ao mesmo que ele é que era comunista e não o reitor. Também não sei se é verdade, apenas ouvi de outros, a passagem que o Coelhinho estava discursando e em determinado momento falou "nessas veias corre sangue operário", momento em que o Adão gritou da multidão "Fez transfusão, Coelho?" (ao menos foi como ouvi a versão). Enfim, a ídéia é organizarmos esses momentos.
Por fim, existem muitos ex militantes já falecidos (aproximadamente uns 30 segundo meus dados). Poderíamos organizar um momento em que homenageássemos todos ao mesmo tempo (mesmo que simbolizados por um ou dois). Nesse caso não poderíamos esquecer a Gilse, que faleceu em atividade do movimento (mesmo que de um período um pouco posterior - 84). Pegando carona para ir a um CEE da UEE, pois o DA não tinha dinheiro para pagar a passagem de ônibus.

Um comentário:

  1. conheço o presidente da comissão, que foi meu contemporâneo de ME.Posso tentar contatá-lo caso precisem de mais uma força.

    ResponderExcluir

Favor publicar o seu comentário. Os comentários ofensivos serão excluídos pelo administrador do blog ou a pedido dos(as) intenautas.

Selecione NOME e digite o seu nome.